abra uma conta


poema de Paulo Scott





Abra uma conta

país perfeito onde a escravidão
que não acabou e mói as almas
dos pretos dos pardos
dos brancos dos cinzas
dos vermelhos dos azuis
dos verde-amarelos
é orquestrada pelo Banco Santander
pelo Banco Itaú pelo Banco Bradesco
pelo Banco Do Brasil
que aceitam de boa a tua imperfeição


quando a tua imperfeição dá aceite
como o feitor deles / o capacho deles
a marionete deles / o capataz –
o homem que foi mais uma
das mães-brasileiras dos Bancos
hoje está preso por causa
de um devido processo legal
com as provas que convieram
à justiça cega no mundo brasileiro perfeito
o mundo perfeito e de boa

onde os donos dos bancos estão soltos

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