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Mostrando postagens de abril, 2019

colcha de escrachos

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poema de Guellwaar Ad ún colcha de escrachos de d. maria a louca ao louco vulgaridades sofisticadas erudi çõ es apedeutas          tem nojinho de buceta   soldado cabo supremo cab ôcabôcabô merecemos mais que um homem com micropenis ejacula çã o precoce arminhas, please com medinho de buceta             tem quedinha pelo foro colheita queiroz pomar miliciano interrompeu a flor da idade à flor da pele Marielle eu nã o quero foro privilegiado laranja perdura no alberto einstein foro, please tem quedinha de laranja                tem ex-juiz des-deslumbrando padilhas moro room full of oranges parecia um jovem universitário recebendo o d í zimo o her ó i do man é padilha aquele z é carguinho no governo, please na toga da milonga do lavajat ê d’ al capone da justi ç a              tem fantasminhas de estima çã o car lixo palaciano os fantasm

os filhos da outra

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poema de Paulo de Toledo ELES, OS FILHOS DA OUTRA sem ter o mínimo conhecimento de que todos são filhos de sofia eles armados sempre de sofismas empacam o país com seus jumentos

chegando tarde ao acinte

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poema de Cândido Rolim CHEGANDO TARDE AO ACINTE Poetas irritados dizem  amém Poetas insípidos pedem luvas Poetas irritados gemem baixo Poetas enfarados votam em branco Poetas resfriados ob literam Poetas finos irritados ladainham Poetas de escol dão piti Poetas irritados abanam o nabo Poetas brancos confabulam  indecisos entre bater continência ou beijar mão

DAS VEZES QUE ME TORNEI BRANCA

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poema de Nina Rizzi DAS VEZES QUE ME TORNEI BRANCA da primeira vez não dei por isto ou aquilo uma pá de cal tão branquinha atirada pelas criancinhas como flecha cabelo de repolho bozo esquisita suja fedida e a vez de querer muito muito forte esfregar o tijolo na cara até a carne se saber a sangue sangue azul sangue branco cresce cresce cresce nove aninhos ai ai ai  que peitinhos mais lindinhos ai ai ai que bunda tão grande como pode sem celulite ai ai ai já pode aprender usar a boca ai ai ai que virgindade mais apertada ai ai ai que mulatinha tão gostosa ai ai ai você é tão inteligente pra sua idade ai ai ai pode pode pode você quer leitinho? olha que branquinho cresce cresce cresce as vielas na periferia o campinho de futebol a goela seca não cotas não sim samba sim sim chapinha sim não raiva não cresce cresce cresce oi amiga  não hoje não oi joana sim hoje sim uma luta maior que a outra uma lata mais vã que a outra bares

quem sabe e talvez

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poema de Ricardo Aleixo

morte aos negros

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poema de Ronald Augusto bolsonaristas e símios similares bradam em coro viva a polícia militar viva a rota o exército as milícias tentáculos armados do cidadão de bem sicários a serviço do estado da branquitude do ódio brasileiro contra sua população negra: vidro moído na vianda oferecida ao refugiado negro metralha contra o carro da suspeita família negra gente preta alvejada pelas costas a execução de marielle franco a cor do desemprego quando patriotas vocês entoam viva a polícia militar nós ouvimos morte aos negros quando vocês defendem o pacote anticrime do ministro moro nós ouvimos morte aos negros quando vocês argumentam que as pautas identitárias enfraquecem a luta das esquerdas nós ouvimos morte aos negros quando vocês bebem cervejas especiais no bar onde o canal off fica sintonizado 24 horas por dia nós ouvimos morte aos negros morte aos negros morte aos negros

f*da-se

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do editor foda-se que lula discurse por mais tempo do que o próprio fidel. foda-se que lula se refira a si mesmo como "o lula". foda-se que lula afirme a plenos pulmões que ele não é uma pessoa, mas sim uma ideia. foda-se que lula tenha dito o que sempre disse em toda a sua trajetória política, afinal o brasil é uma mula treinada por uma elite ignorante que se recusa a avançar, então lula se repete porque já nem se trata de açoitar o empacamento, mas de denunciar um retrocesso horroroso que se deve combater também reiterando o óbvio. foda-se que lula se erga sobre uma onda messiânica. foda-se quem diz "eu acho que lula deve ser culpado". foda-se o moro que também achando o mesmo condenou lula sem nenhuma prova. foda-se a bossa nova. lula é foda.

já chega

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poema de Ricardo Silvestrin JÁ CHEGA vamos tirar o preso político da cadeia quem entra disfarçado de magistrado quem sai com o preso debaixo da toga quem segue sem nem olhar pra trás  vamos tirar o preso de helicóptero  vamos estender a escada de corda vamos puxar o homem e a geringonça  vamos seguir entre nuvens carregadas nada mais pode nos fazer esperar nenhum discurso vale o escândalo nenhuma hora é legítima de passar imune, impune, no país da farsa

uma linha roxa

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poema de Guto Leite uma linha roxa nos atravessando pela barriga não arrebenta de tão fina não desata de tão frouxa linha que explica por que dói tanto quando pulamos quando gritamos quando saímos por aí dançando perdendo a linha que nos encontra linha que esconde suas próprias pontas dentro dos outros linha de tantos mas de tão poucos uma linha infinita nos revirando nos amarrando dentro de casa nos costurando boca por boca uma linha roxa cor de sangue enovelada nos nossos cantos cosendo o choro nos nossos olhos um ponto que fecha tudo o que somos dentro de nós que é tempo de máquinas (para o camarada Leonardo Antunes)

adoro os grandes capitalistas

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poema de Adriane Garcia Adoro os grandes capitalistas Acho mágico saber que eles são 358 [1] Imaginar que 358 pessoas são melhores que todas as outras, afinal Não é nada fácil estar na lista dos grandes enormes Por isso morro de pena quando quebram as portas dos seus bancos Falam em destruir suas máquinas, invadem suas empresas É incrível a inveja do povinho que, cá de baixo, não consegue nem ver O topo da meritocracia 358 pessoas que, de tão especiais, são invisíveis Você nunca viu, eu nunca vi – Deus! Me dê a graça de ver um deles um dia! Para que eu possa me jogar aos seus pés, beijar suas botas e ver se Pego um pouco dessa aura de um ser vencedor 358 pessoas No meio de 7 bilhões Você não faz ideia do que eles precisaram fazer Para conseguir a sua admiração. [1] Segundo a ONU, 358 pessoas têm renda igual à metade da população mundial, junta.

as rosas

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poema de Demétrio Panarotto As rosas sentado na varanda vejo a plantação de soja invadir o quintal de casa na outra vez que vi a morte assim de perto fui mais ágil e me avisei não há como se pensar em vida num deserto suponho que venham em milhões talvez mais na retaguarda a aparente gentileza da mão desarma o imperativo pensar nas crianças é uma modulação ali o arado é mudo no trato com o invasor resta a sensação de que deixei de ser lugar de troca e me tornei cerca

soneto sem futuro

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poema de Marcello Sahea