O leite dos ungulados

poema de Aberto Lins Caldas o leite dos ungulados ● leite quente - leite podre - leite esperma - ● ● sangue no estrume - tropas de moscas - ● ● esperma rubro vindo das dores da noite - ● ● fria demais - q se enrosca entre dores - ● ● não espera - é so deserto escondido - ● ● porisso agarro o peito imenso q flutua ● ● como velho zepelim desgovernado - ● ● cheio de leite - gotejando como chuva - ● ● inverno - feridas me rasgam o peito - ● ● terei leite - terei uma noite - uma hora - ● ● quem sabe furtivo eu durma cheio ● ● do leite podre - leite sangue - dizendo - ● ● ?como dormir - ?como viver ● ● do imenso peito - mastigo o mamilo ● ● com dentes afiados - labios e lingua - ● ● quente o leite dos ungulados - ● ● ouvindo cascos baterem - ● ● afundando no estrume quente - ● ● alcateias de moscas ao redor - ● ● so a fome é mais quente ● ● q o leite dos ungulados - ● ● queimando labios e lingua - ● ● garganta e estomago - ● ● sem o leite dos ungulados ●...