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Mostrando postagens de janeiro, 2018

lu la fontaine

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poema de Renato de Mattos Motta Lu La Fontaine absurdo conclave de surdos juízes injustificavelmente injustos julgando como lobos culpado cordeiro por sua fome de carniceiro

antipoema para nicanor

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poema de G uellwaar Adún ANTIPOEMA PARA NICANOR x ó vens, com at é trinta anos de idade não podem ser chamados de isentões; pois, nã o s ã o. pois não, não são. verdade. verdade. são apenas x ó vens, com at é trinta de idade, “o que fazer enquanto a revoluçã o n ão vem?” eis a oportunidade enquanto fantasmas x ó vens com mais de trinta anos, e o ódio mortal, anti-sapo barbudo, remoendo saudade do bom velhinho de Carazinho a Cinelândia é logo ali do outro lado da rua “não confio em ningu é m com mais de trinta anos.” enquanto fantasmas de paulo seguem tenho lido x ó vens com mais de trinta dinheiros saudosos com o bom velhinho do gorro vermelho, contrapondo-o ao sapo barbudo, xóvens com mais de trinta dinheiros o avesso do bom velhinho, seus nomes antagônicos, não eram o sapo nem a barba, o nome dele é Moreira, Moreira, Moreira, Angorá ou a Sandra cavalgando, inundando o Rio Gandu ou Lacerda , o inomináv

vai assim mesmo

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do editor não é bem um poema, mas vai assim mesmo 1. denunciamos o genocídio dos jovens negros as estatísticas confirmam: feminicídio não é apenas “mais uma palavra que anda em voga” a truculência heteronormativa assassina gays lésbicas travestis e trans o racismo antinegro se adapta aos novos tempos e segue nos desrespeitando ordinariamente nas calçadas nas redes sociais na teledramaturgia o ódio das forças policiais em relação às manifestações políticas (ódio que jamais deixou de latejar e agora revem revigorado) é a oculta cara de bunda da democracia representativa o receituário neoliberal só faz piorar as desigualdades entre os investidores e os sem-saneamento básico esquerda: até hoje não sabemos como lidar com a coisa para as elites estúpidas esquerda é comunismo de almanaque para o povo pobre esquerda desemboca em populismo em nossa história republicana a regra é a direita ocupar o poder por meios ilegítimos dire

acima

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poema de Ricardo Silvestrin ACIMA Antes, durante e depois do recesso, está acima da lei quem senta por sobre um processo. Sim, também  está acima quem fica  primeiro  na pilha. E, acima de tudo, quem parte pra cima, no laço, com a lei embaixo do braço.

a turma

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do editor o desembargador victor laus deveria se chamar victor loas o claudicante estilo laudatório maçante, maçônico e aqueles jalecos desdenhosos os plissados nos ombros combinam com os discursos dos eminentes jurisconsultos filhos da puta estafetas do mercado, sabidos meganhas da meritocracia essas caras (cor de fiambre) de quem não atina a razão do mangue vultos bregas encasulados nas pregas desses panos negros vestidos ridiculamente – o juiz e seus pares – podem seguir julgando ridiculamente

lado bom

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poema de Aldo Votto Phil Shirley Tragedy & Comedy O lado bom o lado de dentro aforou-se permitiu-se aflorar deu-se o  azo emanou pus regurgitou fel eructou gás sulfídrico família toda de pandora revoou conspícua boiaram no esgoto de pus, fel  e ódio vil gravatas do Lácio capas pretas penas da asa direita auriverde  pendão sobre a pança símbolo robusto  detrás o que era disfarçado o que era tolerado o que era sonegado o que era calado o que estava guardado desvelou-se desvendou-se desnudou-se fascistas há os que são os que sempre foram e os que viram o lado bom da comédia é que revelou astros e estrelas da tragédia

de olho

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poema de Laís Chaffe estou de olho em você, que diz não entre nuvens, no céu de Porto Alegre, cada helicóptero é um Grande Irmão

prometo intentar

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poema de Zureta el Asceta y me di cuenta de que soy un poeta de mierda: no lave mis ojos con amoníaco no maté a otra persona no me embebí casi hasta la muerte no confundía vida y arte mi verso no es sangre mis hombros no soportan el mundo pero prometo intentar oportunamente alguna cosa análoga en este sentido

pode isso, senhor juiz?

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poema de Ricardo Silvestrin TRIBUNAL  O acusado de que mesmo dê um passo a frente e confesse sua culpa de que mesmo Não há provas só a convicção de que não há provas O juiz deve dizer  claramente  que está confuso E dar a sentença verdadeira ou falsa não importa A justiça é cega mas lê em braile com os dedos todo o processo em tempo recorde São três juízes um dentro de campo um por fora e outro no video Pode isso, Arnaldo?

a espera dos mercados

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do editor a espera dos mercados os candidatos de esquerda só pensam em acalmar os mercados em nível municipal estadual e federal enquanto isso o governo ilegítimo tira ouro do nariz durma-se e, pior, acorde-se com uma esquerda dessas * o mercado que se lanhe ao inferno com toda essa cerimônia sempre cheios de dedos com a usura uma cartilha de capa suja engordurada pelas mãos do adiposo burguês-níquel (mário de andrade) enquanto o grande líder se dobra segue o rito faz o périplo o beija-mão em vista do aceite do empresariado de rapina do especulador filho de uma égua o candidato como se se candidatara a um assento na abl governar com a anuência do mercado governar para o mercado o mercado é uma claque (em off a determinar vaias palmas e gargalhadas) governar com a legitimação de uma claque o grande líder de plantão o pai de todas as obras o mata-piolho o viável o possível para o momento diz ao

cobrança

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poema de Marlon Pires Ramos Cobrança Tipo Baco Exu En tu mira Cêis tão me cobrando Tem que falá O que vc escreve, mano Tem que falá O que vc escreve, mano Meu pai tá bebendo E fumando Bêbado incomodando Eu tô aturando A vó é forte Mas já fala em morre Eu tô cuidando O público não entendeu Por que vc fala tanto da vó Por que sou humano POR QUE SOU HUMANO A depressão Chega no meu ouvido e fala eu te amo O Airan está me salvando O MilTons está me salvando Tô em silêncio Mas tô trabalhando Eu tô trabalhando Eu tô escrevendo Tô trabalhando!

os indignados

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poema de Felipe Haffner os indignados O presidente está indignado A dama atente fora da agenda Cadê privacidade, tem gravação Fica o dito por não dito e pronto O congresso está indignado Livra a cara do bandido, tá bom Pra que serve os amigos E haja jantares para servir O juiz está indignado Quem é aquele investigado Para ponderar sua lisura Em condenar sem provas A imprensa está indignada Cada vez tem mais trabalho Para camuflar as armações Que colaboram por dentro Por fim o povinho indignado Enchia praçinhas e batia panelas Tá satisfeito com seus feitos Dos homens feios se darem bem E tem os que não se indignam Pois é assim que deve ser Melhorar para os mesmos Tem que piorar para tantos Os indignos estão indignados Os ilícitos previstos legitimados O patriotismo verde-amarelo Sonha com a nova escravatura

alguns pontos

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poema de Taiasmin Ohnmacht Alguns pontos Vivo quase assim Sou o meio, nunca o fim E se algo começou Não foi aqui. Tenho um amigo que se chama Messias Certo dia, me salvou de um retiro E me levou pro motel Botafogo Que alívio! Não sei se me caso Ou se belisco a bunda Dos homens que passam Tenho alguns pontos A à Z E nenhum cabaço Nem vergonhas Nem temores Fofocas, sutiãs e salto alto Queimo com palitos de fósforo Emprestados Dizem que tenho um namorado Mas ainda gosto do Messias E do motel Tenho pernas e umbigo Sabes o que há comigo? Se souberes me conta ao ouvido Quero me perder em segredos Néctar nebuloso Mareja teus olhos castanhos Sou náufraga em águas estranhas Mas repleta desse olhar Figuras me cobram Forma e fundo Vá cobrar outro, ô peste! Não tenho medo de cobras. Tenho uma ferida que me fode E fode