a carne
poema de Marcelo Martins Silva
A carne
No supermercado do meu bairro
Todo mundo é preto
Quem não é preto
É quase
Quem não é quase, nem é preto
É pobre.
E quase todo mundo é preto, é pobre ou quase
Tudo ao mesmo tempo.
E esse é o único supermercado do meu bairro.
A carne
No supermercado do meu bairro
Todo mundo é preto
Quem não é preto
É quase
Quem não é quase, nem é preto
É pobre.
E quase todo mundo é preto, é pobre ou quase
Tudo ao mesmo tempo.
E esse é o único supermercado do meu bairro.

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