morir

poema de Ricardo Pedrosa Alves

MORIR SOÑANDO

700 mil registros de acidentes de trabalho por ano

Não sou eu contra o mundo nem sei odiar não odeio não odeio

Não quero que queimem que comam o que o diabo amassa

Não quero nada só morir soñando para todos

O dinheiro é pedófilo quer ter pau grande

Um banco chamado Van Gogh lucrou 7.3 bilhões no ano passado

1 estupro a cada 11 minutos

Hoje conheci Silvia Federici e pensei a humanidade acerta às vezes

Câmara livra Temer a manchete

Fiquei olhando os blocos quadrados verdes no fundo da fotografia

Os deputados no celular e um Jesus crucificado voando sob os blocos

Aquele ele que sempre diz ‘não sabem o que fazem’

9 pessoas mortas por policiais por dia

Não quero nada só morir soñando para todos

Eu não quero o que fazem para que não existamos

60 mil assassinatos por ano

Eu só quero morir soñando para todos

Nós seríamos felizes com facas para cortar laranjas

Temperaríamos leite com mel vanila canela

Gelaríamos leite acrescentaríamos suco de laranja

Misturava-se: morir soñando