o axé da rua

poema de Fausto Antonio





Quando o Axé da rua vier, não haverá o que Temer



Amanhã, onde havia sonho de liberdade,
não haverá  traição,  conspiração   e  golpe.

Não!  Um grito uníssono virá de Palmares
feito palavra assomada desses Malês.

         Eterna espada de Agadá
        dirão Zumbi e Dandara.

Diremos nós, aos ancestrais, Liberdade!
Dirão os nossos filhos, aos netos, Igualdade!

E as bocas, contra as travas dessas angústias,
farão nas praças tambores como ogivas

de sonhos que lambem  a  cinza
dos negros mortos na Cabula,

no Carandiru e noutros golpes,
infames traições, conspirações e mortes.

E assim ergueremos, de norte a sul, Palmares contra o golpe.
E amanhã, onde havia Zumbi e Dandara, não haverá golpe.

Não! Quando o Axé da rua vier,
não haverá conspiração e o que Temer.  


Fausto Antonio é escritor negro-brasileiro e professor da UNILAB – Bahia,
publica anualmente na coletânea Cadernos Negros



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Código de Barras

notícia de jornal

a porta