super
poema de Cezar Dias
supermercado
sobem e descem
de uma balança as pessoas
não sei bem por quê
parece já
não fazer mais sentido
mas as pessoas
sobem e descem da balança
um por um vejo-os
indo em direção à balança
vão quase em fila saber
repito: sem ter por quê
o peso que têm seus corpos
depois seguem
uns à direita, à esquerda outros
os mais leves
jamais conseguirão
os mais corpulentos
tampouco poderão fazê-lo
ninguém está apto
– agora não mais –
a quebrar o invólucro
em que estamos
a abrir o calabouço
onde nos metemos e que
(entanto) parece invisível
assim que é inútil
as pessoas seguirem
subindo e descendo
desta desta desta balança

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