regime de exceção

poema de Celso Borges



[Diego Dourado]



regime de exceção
J’accuse!

Eu acuso!
A escória
Os canalhas
Os abutres
Os estreitos
Os puristas
Os corvos
Pau na elite fláu!

Eu acuso!
Os ruins
Os brutais
Os indelicados em excesso
Os falsários
Os idiotas
Os quetais
Vergasta nas costas da casta!

Dedo em riste
Eu acuso!
Os parasitas
Os playboys
Os cretinos
Os sacristas
Os bacanas
Os magnatas
A falsa nata
Mata!

Os testas de ferro de cobre
Os eletrodomesticados
Os chapas brancas
Os incolores
Os vampiros de plantão
A massa avarenta
murro na venta!

Eu acuso!
Os ferrosos
Os siderúrgicos
Os polietilênicos
Os aluminóides
Os floristas de plástico
Os pilantras
Os traíras
Atira!

Os cínicos
Os capachos
Os cupinchas
Os fantoches dos chefes
Os puxa-sacos
Os frios costa-quentes
As traças careadas
Estraçalha essa cambada!

Tiro no peito dos despeitados
Coitados!

Eu acuso! Mais ainda:
Os otários
Os mercenários
Os pífios sicários
As hienas
Elimina!

As cocotas
As cascavéis
Os dedos de ouro
Com falsos anéis
Os folcloristas com paetês nos dentes
As serpentes
Os escrotos
Os craques escroques
Os vagabundos de fraque e cartola
Os grotescos
Os carolas
Porrada na cachola!

Eu acuso!
Os aguados
Os plantadores de ervas daninhas
As múmias contemporâneas
Os cheios de pus na alma

Os pitbulls de carteirinha

Tapa, cuspe na cara!
Os escusos
Eu acuso!
Por enquanto há escória de sobra 
Executa esses filhos da puta!




Celso Borges poeta, jornalista e letrista de São Luís (MA). Parceiro de Chico César, Fagner, Criolina e Zeca Baleiro, entre outros, tem dez livros de poesia publicados

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Código de Barras

notícia de jornal

a porta