bagulho doido

poema de Eliane Marques





Um bagulho doido rola
E tiros comendo solto
Zunidos de bala
E duras de cabeça baixa
E bem baixa
Quase um olho no cu do cachorro

Vamo nessa vacilão
Tamo aí na correria
Não tá vendo que o trampo garante nem o pisante da hora?
É cego como Tirésias, meu?

Olha aí o esculacho e o pau de arara azul
Não tem jeito
O que tá feito tá bem fedido
Tipo noz de cola e giz branco

Dizem que da indústria do arrego

Mas a panela do feijão                        fervente e descuidada                                   
Também não tem cheiro
E boooooooomm
Mal me quer!

É
Os safados nem sabem - nem tem como homicidar o monstro
A Hidra de Lerna e seu hálito bem fresco
Sobreviverão a Hércules e a qualquer herói grego

Tão tudo fudido (alguns bem pagos) como o cara da linha reta pela metade


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