o trovador


poema de Thaise Diaz





O trovador


Para meu pai, a possibilidade de uma poesia hereditária



O morto deixa uma lacuna inexata
Manhãs costuradas na borda opaca desse abismo
Reluz minha mão
Gravada na sua testa fria
Na feira deste sábado
O sal da lágrima estraga as frutas
E lava a praça do mercado
Não há anúncio de vendas
Nem haverá som de acordeom
Na garganta
Uma estenose invalida minha boca
Agora sou outra

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

adoro os grandes capitalistas

à burrice

Código de Barras