oito ou vinte e oito minutos



poema de Marcelo Martins Silva









Oito ou vinte e oito minutos



Escrever oito

Ou vinte oito minutos

Tempo suficiente para ver a luz do fim da tarde

Entrar pela janela



Vê-la com ilimitada nitidez, como coisa concreta

Um punhado de areia em descanso perpétuo –

Se fosse de Albatroz poderia reconhecê-la

Pelo gosto de morte e verão



Senti-las como um esquecimento ao redor da cabeça

Um cansaço que adormece os pés

O desaparecimento total de todos os minutos

Um salto para fora do sono

O esquecimento d’água

O esquecimento dos ossos

O esquecimento como um despertar dos séculos

Em um ponto longínquo de nós mesmos

Lá onde as palavras germinam

Tão mais próximas do sangue e da terra

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