não vou dizer qual trajeto

poema de Eduardo Sinkevisque não vou dizer qual trajeto queria para a faca se apenas lâmina fosse nem qual cabo tivesse. o endereço abdominal per si é abjeto, se não abominável. vou dizer do refinado branco do gorduroso embutido e da tez de fiambre de alguns da espécie. quero bem ao padeiro, e ao confeiteiro, e ao chapeiro assim como homens poetas de industrias. eles gemem Maiakovski. eles poderiam entoar rosas dos povos. quero bem aos delirantes, e aos feirantes. eles sabem que o amor encontra-se em falta nos mercados.