poema de Telma Scherer Pus arruda até no chimarrão, e vocês não saíram da minha cabeça. Pus os pés no pensamento para dizer tudo o que imbecilizam. E não escrevi nada. “No que você está pensando?” O gesto meio rock sem saudade dos anos noventa quando éramos todos lula lá e fora fmi e de mim ninguém dizia que era aquela, aquela que foi presa, na feira, aquela clara, meio gorda, meio magra, ah, sim, a loka da serigrafia, uma que faz filosofia, a que tem uns cabelos assim assim e nunca vem com a gente? Que nada, ela estava ali na frente, mesmo agora, sem saber no que estávamos pensando. Passeavam passeatas para todos os lados, bombas, frutos e socos revolutos mas apenas em muitas linhas e eu dizia comigo mesma: “Deus-me-arruda, não-me-arruda” “Deus-me-arruda, não-me-arruda” porque pode ficar pior, e essas linhas não são de ônibus, não andam a pé, não sobem morro, são só vozes que às vezes pedem pouco mais de mui...