adeus à lira
poema de Aldo Votto
hora de guardar a lira
e afiar a navalha
olhar pela alça de mira
e desafiar a canalha
a arma do poeta não atira
mas poesia também é batalha
às vezes ela se estira
outras ela se espalha
há poeta de mentira
há poeta que metralha
há poeta que prefira
o verso que embaralha
sua musa é a pomba-gira
nunca a dondoca que malha
pois é ele quem transpira
quando a inspiração é falha
durante a safra da traíra
há poeta que amealha
e há poeta que se vira
mas não aceita cangalha
nem paletó de casemira
nem do banquete a migalha
pois o estro é santa ira
para destruir a muralha
hora de guardar a lira
e afiar a navalha
olhar pela alça de mira
e desafiar a canalha
a arma do poeta não atira
mas poesia também é batalha
às vezes ela se estira
outras ela se espalha
há poeta de mentira
há poeta que metralha
há poeta que prefira
o verso que embaralha
sua musa é a pomba-gira
nunca a dondoca que malha
pois é ele quem transpira
quando a inspiração é falha
durante a safra da traíra
há poeta que amealha
e há poeta que se vira
mas não aceita cangalha
nem paletó de casemira
nem do banquete a migalha
pois o estro é santa ira
para destruir a muralha
Bravo!
ResponderExcluir