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Mostrando postagens de julho, 2019

ofício

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poema de Fernanda Bastos Ofício no papel redijo meu pretuguês linha após linha feito costura e se alguém perguntar qual é a linha me encaixo nos estudos poéticos e vingativos

diminutivo infeliz

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poema de Aldo Votto [Heitor dos Prazeres] Diminutivo infeliz moça, você é bela você não dá trela você é culta você não é estulta você escreve você não faz o que deve você pinta você não tem trinta você borda você não concorda você ensina você não discrimina você pesquisa você não generaliza mas, moça antes de lhe pedir em namoro você vacilou e perdeu o decoro depois de tanto paparico você descarrilou, s aiu da linha uma obra de Das Neves e Chico jamais se chama de "sambinha" Passar bem !

transitividade grau zero

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do editor [poema visual de Décio Pignatari] transitividade grau zero a imitação piorada do trump o maior imbecil a ocupar a presidência o sul e o sudeste representados em sua mesquinharia o pastor inculto e coach da bovina classe média o bairrismo miliciano na esfera federal a masculinidade tóxica como projeto de governo a tesão enrustida pelo pt a inveja da piroca do lula (é mole feito uma lula ou dura feito toda luta?) por isso o golden shower a tesão pública pelos eua a imitação piorada do pior o ruim prior o feitor cupinxa o mel da remela a maior fraquejada de todos tempos cometida pelos brasileiros

EM UM ALMOÇO DE DOMINGO OU NUM ENCONTRO DE TURMA

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poema de Lucas Bronzatto POEMA PARA SER LIDO EM UM ALMOÇO DE DOMINGO OU NUM ENCONTRO DE TURMA E quando for o meu corpo levado detido no meio de uma peça impedido de terminar um poema num sarau preso na sala de aula por discutir “ideologia de gênero” vocês vendo o video também vão dizer que eu mereci? que devia tá trabalhando e não fazendo essas vagabundagem (ainda que essas vagabundagem sejam justamente trabalho)? ou que esse é o preço que se paga pra arrumar a casa, “primeiro a ordem e depois o progresso”? E quando for o meu corpo estirado no chão ensanguentado camiseta vermelha esburacada escalpo de barba arrancada vizinhos dizendo que ouviram gritos de “Viva Bolsonaro!” antes dos disparos vocês também vão acreditar na versão do whatsapp? E quando for o meu corpo de ponta cabeça num pau de arara tomando choque no saco barras de ferro enfiadas no meu cu vocês também vão dizer ‘veja bem’ mas a Venezuela veja bem

abandonei a serenidade faz tempo

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poema de Luiz Carlos Coelho de Oliveira e Cândido Rolim abandonei a serenidade faz tempo e a lisura das fachadas embora haja vidraças aos cacos uma fissura pela familiaridade entre a política de Curitiba e o sequestro sacrifício de crianças barragens sobre cada um exceto alguns (claramente) a política nacional no seu sotaque mais democrático sem ufanismo (claramente) tá insuportável? por suposto senhor turvo vinagre em tão pouco tempo? fica-se velho de repente o facho brada espumoso, borbulha sem mais verniz sob um band-aid sem cola nos protegíamos mui finamente num entrave ponto cego atuante e latente no azeite máquina carnificina do mundo as cabeças se viraram de repente mundo invertido sem fronteiras e de repente era a gente que tava virado canto de espelho, coagulação, explosão demográfica da casa de espelhos truculência cidadania plena foro & patente rotações emperram as setas, c