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Mostrando postagens de junho, 2020

suicidário

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poema de André Siqueira SUICIDÁRIO  No pão falido De cada dia  Livrai-nos do horror Do país Que aqui se cria

Covildson

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poema de Amarildo Veiga Covildson Quem diria perdigoto virou arma biológica beijo abraço aperto de mão tudo proibido por ordem médica enclausurados em espaços exíguos mas, a maioria excluída segue aglomerada em busca de pão e o Brasil, enfim há de alcançar   sua grandeza e vocação primeiro do mundo em mortes na pandemia, ninguém nos passa, não!

cidadão de bens

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poema de Aldo Votto cidadão de bens despertos pela flauta teratológica ressentidos, raivosos e impotentes encontram outros, outros, mais outros unidos compartilham seu delírio apoiam a desrazão, a cólera necrofílica que fazem gozar seus encantadores param de ouvir o que faz sentido deixam de ver o fato que os cerca viram massa espalhada e ensandecida uma gosma que escorre para baixo para os lados, por todos os andares conseguem ser piores que os ruins incontroláveis e contrários à razão seus meios são os seus próprios fins para destruir destróem para destruir violentos, assassinos, belicistas  para abolir abolem para abolir o outro, o mundo, aos seus e a si combinam solidariedade doentia  com absoluta repulsão à razão que, sem noção, dão como resposta ao dever de competir para chegar lá mais rápido, mais alto e mais longe porque não sabem onde fica o acolá porque não escolheram tal destino no fundo, também pensam ser'anti-',  se opõem, s

cantiga de maldizer

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do editor cantiga de maldizer arrancamos um rim ao phabiano      foi tanto chorume esfolamos seu couro alvinitente      como de costume impetramos mandado de vingança      contra o seu queixume contrariado escapou à contradan ç a      já vai tarde, estrume leve consigo seu estilo a risério      e baixe o volume mais uma questão e depois nos vamos      pois que venha a lume há phabianos pretos nessa arena?      nunca foram imunes nem quando performam falas solenes?      isso que os resume

Jogo de Dominó

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poema de Demétrio Panarotto Jogo de Dominó Quatro poetas estão jogando dominó em uma praça no centro da cidade: o poeta-galinha, o poeta-amigo-querido, o poeta-esmola e o poeta-escreveram-uma-crítica-negativa-sobre-a-minha-poesia. Primeira rodada O poeta-galinha faz a primeira jogada: porque a poesia é feita de O poeta-amigo querido: esse poema eu fiz para O poeta-esmola: estou montando um crowdfunding O poeta-escreveram-uma-crítica-negativa-sobre-a-minha-poesia: A poesia precisa se renovar... Segunda rodada O poeta-galinha: palavras é para viajar O poeta-amigo querido: um amigo querido O poeta-esmola: para que a minha poesia sobreviva O poeta-escreveram-uma-crítica-negativa-sobre-a-minha-poesia: sempre através dos versos terceira rodada O poeta galinha (firma a ponta): na alma dos poetas mas O poeta-amigo querido: mora nas imediações do meu peito O poeta-esmola: no coração de todos uma vez que O poeta-escreve

FICÇÃO CIENTÍFICA

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poema de Eliane Marques FICÇÃO CIENTÍFICA Não posso respirar não posso respirar enquanto isso da plataforma de lançamento 39 astronautas brancos vestidos com seus estilosos trajes brancos cujo branco não é o de oxalá embarcam na cápsula crew dragon o falcon 9 sobe pelo céu como um dardo incandescente “É possível que aqui exista uma oportunidade para a América de, talvez, fazer uma pausa, e olhar para cima e ver um brilhante, resplandecente momento de esperança sobre como se vê o futuro, e que os (...) podem fazer coisas extraordinárias até mesmo em tempos difíceis”. então mais uma nave chega ao espaço onde será construída a sociedade  onde o sonho americano será sem que gente seja um fardo uma sociedade totalmente branca com uma brancura que não a de oxalá  o falcon 9 então sobe pelo céu como um dardo incandescente duas pessoas brancas com camisetas brancas com uma brancura que não a de oxalá  olham para cima  assistem à sua decolagem  estão com o pescoço