de Omolokun

poema de Eliane Marques






Children de Omolokun


Duzentas em prontidão para a degola
As galochas fincadas na fábula das facas
  diretamente contra a cara

Assim a posse do chão para as conchas
Vês?
Aqui o primogênito de pescoço-elástico e caracóis na boca
Teima que atesoura o cabelo sob a luz do búfalo nas savanas
E tem meus cílios à sombra

Quando a cera de suas orelhas até no açude remoto
Omi osun ou sokoto, o chamarei
Afolabe


Mas aqui o primogênito de goma na garganta
No terceiro degrau do barranco (de cima para baixo)
A degola ainda mais branca

Afiado o gládio dos anéis como se os pés de ganso

Vês?
O degolador (à paisana) – pendente da voz de mando mais franca
É jubileu, mas não tirésias

Soube-se que um barbeiro assim kristallnacht tachac tachac tachac     

Bom, tolera-se que pequeno (não menos de metro e meio e nem shylock)
Porém a faca sempre será flama

Um uivo às ataduras algodoadas e aos botões de suas botas
O segredo tornará possível que a lâmina

E às seis do relógio nada mais que seis em pronto
Ainda sob o luzidio as escamas
e algo que alguém res resmungou                                 ianso



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