a despeito de

poema de Adriane Garcia




A despeito de

Mesmo não havendo esperanças
Agiremos como se houvesse
Jamais a adesão total
Ao mal, ao funesto, ao terror

Liberdade continuará pronunciada
Sobre ou sob as mordaças
Daremos trabalho, sempre
Como hidras de duas cabeças

Decepem-nos duas, nasceremos quatro
Temos o treino, a expertise, a inteligência
Dos secularmente derrotados.

Comentários

  1. Obrigada por esse espaço de voz, Ronald. Um grande abraço.

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  2. Uma pungente e comovente ode as indiferenças, aos abismos, as inquietações insustentáveis do nosso tempo! Belíssima homenagem Adriane Garcia!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Um poema lindíssimo, de enorme sensibilidade.
    Como fazer pra ter um poema postado aqui?

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  5. Seu texto é incrível. Me senti acolhida e representada.

    Vamos vencer, ainda que pela insistência. A força e o treino, já temos.

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