a mais cara fé


poema de Guellwaar Adún





A mais cara fé

deboches católicos à mesa
uma hóstia salgada no ódio
um vinho que é o sangue do povo
a máscara cai e é o retrato da igreja

a língua do fábio semeia
deboches sem horizonte
futuro no Flegetonte
a máscara cai
e é o retrato do Malebolge

em fá menor
melou-se
no chicote do próprio corpo

as encruzilhadas dos sinos
um padre em desatino
melhor verniz do cinismo
a luz que se deita no abismo
incendeia reminiscências

Lafon
o Amor
as bençãos da indiferença
despetalaram o Brilho,
a Flor
há Dor
sub traída presença

o ódio
de um reles martelo do mal
na superfície
destilou desprezo
despetalando o Brilho
agora roce
em vida
nas ondas do Rio Estige

a máscara cai e é o seu retrato
que assim seja

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