contagem

poema de norma de souza lopes





contagem


a janela da cozinha
peneirava o sol da manhã
ela trazia restos de sono no rosto

as malas pareadas como cães
ao lado do sofá na sala
lá no quarto ele dormia ainda 
o choro da noite toda

jogou no lixo o filtro de papel
cheio de pó coado
o de número 1276
o caso anterior fora menos
exatos 927 filtros

tão doído este sentimento
de faca amolada pronta
pra cortar o amor
assim sempre contado
nos filtros de café
coado

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

adoro os grandes capitalistas

à burrice

Código de Barras