oito ou vinte e oito minutos
Oito ou vinte e oito minutos
Escrever oito
Ou vinte oito minutos
Tempo suficiente para ver a luz do fim da tarde
Entrar pela janela
Vê-la com ilimitada nitidez, como coisa concreta
Um punhado de areia em descanso perpétuo –
Se fosse de Albatroz poderia reconhecê-la
Pelo gosto de morte e verão
Senti-las como um esquecimento ao redor da cabeça
Um cansaço que adormece os pés
O desaparecimento total de todos os minutos
Um salto para fora do sono
O esquecimento d’água
O esquecimento dos ossos
O esquecimento como um despertar dos séculos
Em um ponto longínquo de nós mesmos
Lá onde as palavras germinam
Tão mais próximas do sangue e da terra
Profundo, suave e lindo!!!
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