as rosas
poema de Demétrio Panarotto
As rosas
sentado na varanda vejo a plantação de
soja
invadir o quintal de casa
na outra vez que vi a morte assim de
perto
fui mais ágil e me avisei
não há como se pensar em vida num
deserto
suponho que venham em milhões
talvez mais
na retaguarda a aparente gentileza da
mão
desarma o imperativo
pensar nas crianças é uma modulação
ali o arado é mudo
no trato com o invasor resta a sensação
de que
deixei de ser lugar de troca e me
tornei cerca
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