a voz


poema de Marcelo Martins Silva





A voz


A voz e o eco
Vozes veladas, violentadas
Em versos parcos
Em nossas preces, Exu-Maria
Cheios de graça, em carnaval
De mil poetas
Desencantados
Pássaro branco, águas passadas
Do Rio Guaíba, desse veneno
Não és culpado
Fecais ilustres, oh Coliformes
Sobem à boca dos cidadãos
Por isso dizem, nessa cidade
Muita bobagem
– não digo merda, porque poeta
Pagão e casto
Oh! Porto Alegre, jovem ignara
Vejo-a de longe
Ao sul dos Mares, ao sul do mapa
Sempre de costas
Oh! Porto Alegre
São os teus olhos
Azul-germano, cor de salame
Que nem os peixes hão de comer
Apaixonada, como Narciso
Lá no fundo
Desse lago que não é Rio

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

adoro os grandes capitalistas

à burrice

a despeito de